Resgatando lembranças
"A minha árvore", assim eu o chamava, lindo, alto, forte, com seus galhos caídos. Estava lá desde que o plantei. Era uma muda bem pequena...
Durante o dia, eu o olhava banhado pela luz do sol. E quando chegava a hora do sol se pôr, deixando o céu todo tingido de cor-de-rosa e amarelo, lá estava ele, imóvel, com suas profundas raízes que eu só podia imaginar e que me faziam crer que jamais me deixaria.
Nas noites enluaradas e céu estrelado, eu gostava de ficar à janela, apreciando o contorno dos seus mil galhos, encostando ao chão.
Meu salso-chorão (que na verdade nunca foi meu, porque as árvores não têm dono) ficava ao lado da minha casa e fazia parte do meu jardim.
Mas um dia teríamos que tirá-lo dali, já que precisávamos de uma garagem grande, cuja entrada teria de ser calçada com basalto.
Hoje em dia, quem gasta um minuto do seu tempo para admirar uma árvore? Que direito tinha eu de interferir nessa modificação, se era para melhorar?
E o meu salso-chorão continuava ali, exuberante, com sua longa cabeleira, alheio a todos esses planejamentos, sem saber do seu iminente destino...
E um dia ele se foi. Nem vi quando foi cortado. Quando voltei para casa, nem quis olhar para o lugar onde ele estava. Mas me restava ainda uma secreta esperança de que ele ainda se encontrava ali, no mesmo lugar...
E hoje tenho muita saudade, porém ele continua vivo dentro de mim, na minha imaginação e nas fotografias.
E eu continuo admirando e amando as árvores, esses seres tão calados, mas que dizem tanto!...
E quando o céu se tinge de amarelo e cor-de-rosa, ele vem povoar minhas lembranças.
Tânia, que lindo está o seu blog...
ResponderExcluirParabéns pelo maravilhoso trabalho que faz com seus alunos!!